O Dicionário Houaiss define corporativismo como: "defesa exclusiva dos próprios interesses profissionais por parte de uma categoria funcional; espírito de corpo ou de grupo". Sim, o mundo eclesiástico é também corporativista. Há muitos que amam a hierarquia das denominações acima de todas as coisas. Sim, há muitos que escondem erros e ignoram as transgressões dos seus pares. Sim, há muitos que quando o erro está na sua denominação não é ávido na "defesa da fé" como em ocasiões que envolvem outras confissões religiosas. Certa feita eu ouvi da boca de um "chefe local", que mesmo quando o "chefe mór" está errado, ainda assim ele está certo! Isso é imoral. Sim, isso é mais comum do que parece. Acontece em pequenas igrejas e inchadas denominações!
Um dos grandes erros da Igreja Católica é tentar proteger os padres suspeitos de pedofilia. Mas não é um pecado exclusivo de Roma. Um "apóstolo" evangélico preso por pedofilia tinha um programa na principal emissora de rádio evangélica de São Paulo em que os seus seguidores vendiam a história que esse homem estava sendo perseguido pela "causa do Evangelho". Pode? Nojento, não é? São dois exemplos extremos, mas no dia a dia eclesiástico o corporativismo ignora os erros dos seus pares, mesmo sendo "menos escandalosos".
Por que isso acontece? Medo de perder posições. Ambição por cargos "mais importantes". Medo de ser "mal visto". Há uns 4 anos atrás, veio um pregador do Sul e disse uma centena de "verdades proibidas" em uma festividade da igreja local. Tive o desprazer de ouvir da boca do dirigente a seguinte, miserável frase: "_Se nós pregarmos como ele, o "chefe" nos tira do cargo!" Incoerência e, em alguns poucos casos, ingenuidade. Infelizmente, muitas vezes um jovem é ordenado pastor não por vocação, mas sim por ser "amigo do chefe". Outros são ordenados por serem filhos do "chefe", mesmo sem vocação, sendo o conhecido nepotismo. Bem diferente das palavras de Jesus: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos" (Mc 9.35).
Erros? Todos nós cometemos, mas nunca pode ser justificado. O caminho para o erro é o genuíno arrependimento. Não podemos criar uma rede que protege a transgressão dentro das igrejas e organizações eclesiásticas. Seja esse erro doutrinário, moral ou relacional. E é bom lembrar que o julgamento dos líderes eclesiásticos será mais duro. O único texto bíblico que ensinaa disciplina pública é para obreiros, vejamos: "Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor", diz Paulo em I Timóteo 5. 20. Leia todo o contexto I Timóteo 5. 17- 25. E o mais engraçado? Eu nunca vi disciplina pública de obreiros "chefes", mas somente de membros. Infelizmente os colarinhos brancos eclesiásticos estão acima de suas próprias Comissões de Ética!
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